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Brasília

Especialistas tranquilizam população do Lago Norte com relação a onças-pardas

A reunião foi motivada pelo avistamento, nos últimos dias, de uma onça-parda com dois filhotes, que estaria circulando na zona rural da região, que é uma APA (Área de Proteção Ambiental)

Redação Jornal de Brasília

12/06/2025 13h12

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As onças-pardas usam a área onde foram avistadas no Lago Norte como agem entre as unidades de conservação | Foto: Divulgação/Brasília Ambiental

Técnicos da área de fauna do Instituto Brasília Ambiental se reuniram com a comunidade do Lago Norte, na noite de quarta-feira (11), na sede da istração regional local, para prestar informações sobre como lidar com a fauna silvestre.

A reunião foi motivada pelo avistamento, nos últimos dias, de uma onça-parda com dois filhotes, que estaria circulando na zona rural da região, que é uma APA (Área de Proteção Ambiental). Os animais teriam sido vistos, mais especificamente, entre as chácaras dos núcleos rurais Córrego do Urubu e Olhos d’Água, considerados corredores ecológicos.

Marina Motta, agente de Unidade de Conservação do instituto que está à frente do Projeto de Monitoramento de Médios e Grandes Mamíferos Silvestres, explicou que não há motivo para pânico por parte da população, até porque a onça-parda vê o ser humano como predador.

“O ser humano não faz parte da dieta natural da onça-parda. A relação entre humanos e onças, aqui no Distrito Federal, é sempre de caça ao animal. Elas, na realidade, não oferecem nenhum perigo, por terem medo das pessoas. Aprenderam a fugir por vê-las como uma ameaça. Geralmente percebem pessoas no ambiente bem antes de serem notadas, e o comportamento natural é o da autopreservação, seguindo seu caminho e evitando o confronto”, esclareceu a especialista, respondendo às dúvidas dos moradores locais.

Marina informou também o motivo do aparecimento de onças naquela região: “As onças precisam de grandes áreas preservadas para sobreviver. Os núcleos rurais onde foram avistadas são conectores ambientais às unidades de conservação onde elas, efetivamente, vão encontrar o abrigo e as condições necessárias para viver. Então, elas estão só de agem”.

A presença dos grandes felinos na região indica boa qualidade ambiental do local

Mesmo enfatizando que é uma possibilidade rara, a especialista orientou que, caso uma pessoa se depare com uma onça frente a frente, o comportamento correto é manter a calma, não dar as costas para o animal e aguardar, porque a tendência é ela seguir o seu caminho, afastando-se. “Caso o encontro demore um pouquinho e a pessoa queira fazer alguma coisa, o ideal é usar um aparelho sonoro, tipo apito, buzina, porque isso já afasta o animal”, ensinou.

Manejo dos animais de criação 

A especialista orientou também que, com relação a animais que fazem parte da criação dos proprietários do local, o comportamento deve ser mantê-los em local iluminado próximo à sede da propriedade, ter cães de guarda e usar, também, dispositivos sonoros.

Segundo Motta, a aparição de onça-parda é um indicador da boa qualidade ambiental do local onde ocorreram os avistamentos. “Onças buscam lugares de água limpa, bem-preservados, com bom clima, boa temperatura. Os grandes felinos são muito exigentes”, lembrou.

A vice-governadora Celina Leão parabenizou a iniciativa da autarquia de reunir sua equipe e promover esse encontro de esclarecimentos e conscientização ambiental da população: “O Brasília Ambiental cumpre, como sempre, seu papel, de orientador, norteador das melhores práticas ambientais para a preservação da fauna do nosso Cerrado”.

O presidente do Brasília Ambiental, Rôney Nemer, destacou que a intenção do órgão, ao organizar esse encontro, foi dar tranquilidade à população e garantir a preservação dos felinos.

“Acredito que nosso objetivo foi alcançado. Contamos com o apoio e o acolhimento do regional, que convocou a comunidade. Nossa equipe técnica se colocou à disposição para ar todas as informações necessárias, para orientar como agir e nos ajudar a preservar esses animais, que como todos os outros, têm papel fundamental para a manutenção do equilíbrio ecológico do nosso bioma”, lembrou.

O regional do Lago Norte, Marcelo Ferreira, endossou as palavras do presidente do instituto e reforçou que o objetivo da iniciativa foi acalmar e conscientizar a população.

“Esperamos que, com esses esclarecimentos, não haja agressão, matanças dos animais silvestres. A orientação foi dada para uma maneira de convivência harmônica, já que o Lago Norte é composto por 19 zonas rurais, que são corredores ecológicos, portanto, esse é o caminho que os animais precisam fazer”, ressaltou.

O anunciou, ainda, que o trabalho de conscientização para a boa convivência entre pessoas e animais não vai parar por aí. “Em breve deve acontecer outro encontro, no mesmo padrão deste, voltado aos saruês, muito comuns no Lago Norte”, disse.

Monitoramento

Desde a notícia do possível avistamento, o Brasília Ambiental está mantendo a área monitorada com câmeras fotográficas que, instaladas em pontos estratégicos, têm posteriormente as imagens avaliadas pelos especialistas do instituto. Porém, até o momento, os equipamentos não registraram a presença dos felinos. Além disso, a equipe faz rastreamento dos animais silvestres, com a identificação de pegadas e qualquer outro possível vestígio.

O órgão ambiental ressalta que essas medidas não objetivam, de forma alguma, a captura dos animais, que estão apenas seguindo seu percurso natural, se deslocando para uma unidade de conservação. Visam, sim, a propiciar-lhes condições seguras de mobilidade.

*Com informações do Brasília Ambiental

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